sexta-feira, 8 de abril de 2011

Iniciativa privada ajuda a preserva o patrimônio em Santa Bárbara

Parcerias na Preservação em Santa Barbara.

Além dos braços das instituições federais de preservação do patrimônio histórico, a iniciativa privada dá mostras de valor no trabalho pela memória cultural do país. A Fazenda Barão de Capanema, que se abriga num vale em formato de ferradura na serra de mesmo nome, em Santa Bárbara, na Região Central de Minas Gerais, assumiu a restauração da capela de Santo Antônio, datada de 1792, e mantém vivas as ruínas da casa do lendário barão. Tão importante quanto a iniciativa de investir dinheiro na reconstituição, as duas relíquias estão abertas à visitação pública, apesar de estar em propriedade particular.


Adquirida há 25 anos pelo industrial Luiz Otávio Pôssas, dono da cachaça Vale Verde e de um parque ecológico instalado em Betim, na Grande BH, a Fazenda Barão de Capanema foi abrigo do naturalista, engenheiro e ativo pesquisador de bens minerais no século 18. Com assistência dos técnicos do Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), a restauração da capela de Santo Antônio devolveu ao prédio as pedras portuguesas que se desgarraram da fachada e as molduras originais das janelas e porta.
O mezanino em madeira de ipê, dos fundos da igrejinha, que havia desabado, também foi recomposto como na versão original. A exemplo dele, a balaustrada lavrada a mão, conta Luiz Pôssas. “Nosso trabalho tem sido o de manter vivo esse lugar histórico”, conta. O madeirame e telhas foram recompostos, e as paredes, com 1 metro de espessura, passaram por revitalização.
Quem desejar conhecer a capela e as ruínas pode agendar a visita pelo telefone (31) 3079-9171. Há duas datas particularmente ricas para se apreciar o patrimônio deixado pelo Barão de Capanema. Em junho, no Dia de Santo Antônio, e durante as festividades da Folia de Reis, a igrejinha é aberta para receber os moradores das comunidades do entorno, como de Glaura, em Ouro Preto, Acuruí e Maracujá, de Itabirito. A tradição oral conta que Capanema era filho bastardo de Dom Pedro II, mas não há esse registro na história documentada.
Pesquisadores citam Guilherme Schüch, favorecido pelo título de Barão de Capanema, nascido em 1824 na Fazenda Timbopeba, no distrito de Antônio Pereira. Era filho do austríaco Rochus Schüch, que esteve no Brasil em 1817 na missão de cientistas que acompanharam a princesa Leopoldina, futura imperatriz. A fazenda fica a 6 quilômetros de estrada de chão, partindo-se do Centro de Itabirito, trecho que dá acesso a um cinturão de montanhas de extrema beleza.

Um comentário:

  1. Existem em diversos lugares do interior de Minhas importantes exemplos como esta que ficam abandonadas com o tempo, que se faz necessário uma restauração e depois manutenção, assim a população pode usar desse bem tão importante historica e culturalmente valioso para a sociedade.

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