domingo, 3 de abril de 2011

UFRJ diz que falha em licitações contribuiu para incêndio


Foto: Agência O Globo


Em nota divulgada na tarde desta terça-feira (29), a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) informou que inadequação da legislação brasileira de licitações pode ter sido uma das responsáveis pelo incêndio que destruiu parte do centenário prédio do Palácio Universitário da Praia Vermelha, na zona sul da capital fluminense, na última segunda-feira (28).

Incêndio atinge campus da Praia Vermelha da UFRJ
UFRJ: Aulas em campus incendiado só retornam na sexta-feira
Segundo a UFRJ, a inadequação" ocorre porque a "legislação obriga a universidade a contratar pelo critério do menor preço e não prevê mecanismos específicos para obras que tenham por finalidade a preservação de nosso patrimônio material".

De acordo com a instituição, uma empresa realizava uma obra de restauração e reforma da Capela Capela São Pedro de Alcântara, que fica dentro do prédio, e a suspeita é que um maçarico pode ter provocado o fogo. Caso seja comprovado que houve negligência, a UFRJ informou que poderá exigir a reparação na Justiça. A PF (Polícia Federal) está investigando o fato.

Segundo a UFRJ, o fogo consumiu a capela e as atividades do prédio, que abriga ainda o Fórum de Ciência e Cultura, a Escola de Comunicação, a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, a Faculdade de Educação e o Instituto de Economia, só deverão ser retomadas na próxima segunda-feira (4).

Na nota, a instituição informa que, até segunda-feira, o Corpo de Bombeiros realizará trabalho de rescaldo e serão testadas as condições estruturais do prédio e a rede elétrica.

O reitor Aloísio Teixeira, informou hoje que as aulas de cinco cursos no campus da Praia Vermelha, na Urca, zona sul da cidade, só serão retomadas na próxima sexta-feira.

As aulas para cerca de 2.500 alunos de graduação dos cursos de Pedagogia, Economia, Administração, Ciências Contábeis e Comunicação Social foram suspensas após o incêndio.

Palácio não é só da UFRJ

A UFRJ informou ainda na nota que o Palácio da Praia Vermelha não é propriedade sua, mas de toda a sociedade brasileira e da cidade do Rio de Janeiro em particular. Segundo a universidade, ela é apenas a guardiã desse tesouro.

"E a solidariedade que temos recebido de vários os setores da sociedade dão testemunho de que essa consciência é compartilhada por todos. O Ministério da Educação, o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, parlamentares, dirigentes de empresas públicas já manifestaram sua intenção de apoiar a Universidade na recuperação das perdas sofridas", diz a nota.

A universidade pediu o envolvimento de toda a sociedade na reconstrução da capela e do seu entorno.

Um comentário:

  1. É usual realizar licitações para reformas e revitalizações de patrimônios públicos e claro a lei da oferta mais barata e que garante o ganho no processo e no dinheiro, mas este jeito pode trazer alguns inconvenientes como a falta de preparo, mão de obra especializada como sempre é exigido em projetos de restauro que a empresa não consegue cumprir por colocar um preço muito baixo para realização das tarefas.

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